Autor: Pedro Alves Neto
Comparo a nossa existência,
Com o mar bravio e forte;
Nós uma bussola indicando:
Leste, oeste, sul e norte.
Dum lado a praia da vida,
Do outro o porto da morte.
Ondas, que trazem a sorte,
Do banho efervescente
Outras, quase maremotos,
Que machucam fortemente.
Praias de amor e poesia,
Outras, de ódio indolente.
Baias de águas quente,
Outras de gelo e impureza;
Brisas e ares perfumados,
Ventanias de incerteza.
Iates de luxo e conforto.
E jangadas de pobreza.
A senhora natureza,
Arbitrando nosso ser,
Confortando os inválidos;
Clareando o amanhecer,
Sustentando, os raios fortes.
Para a semente nascer!
A maré baixa do saber,
Ondas altas, de ignorância.
Praias de lamas, fétidas;
Do lodo da arrogância!
Pequenas lanchas de amor;
Navios de intolerância.
Marolas de confiança,
Tsunami de egoísmo;
Águas turvas do desamor;
Brisa podre de ostracismo
Areias sujas de sangue
Das vítimas do vil racismo
Ondas quebrando no abismo,
Do recife da desigualdade;
Maré alta da agonia;
Do desgelo da maldade.
Tornados de traição,
Maré baixa da verdade!
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