Autor: Pedro Alves Neto
Em uma praça, próximo ao largo Santa Adélia; ele o menino de olhos saltitantes pele corada pelo sol das tardes de verão: dava linha ao seu mais admirável e inseparável brinquedo, uma pipa que parecia vivo e tremulava ao alto enrijecendo a linhada, quase que indomável, peneirando aos céus do Jardim Vera Cruz.
Assim, era seu passa tempo; mesmo que as condições climáticas; não lhes fosse favorável; lá ele, juntava-se á outros garotos; para tornar aquela atividade mais animada e lúdica, uma reunião de alegria infantil!
Qual bando de pássaros em revoadas: seus pensamentos ganhavam o espaço, a sua imaginação tomava conta do céu, como se fora um cometa. E neste processo de criação, desenhava no seu inconsciente caldas imensa, deslocando-se numa trajetória astronômica; carregava e era carregado pela fertilidade do seu subconsciente; numa viagem interplanetária.
Não fosse o chamado de sua mãe, preocupada e preconizadora, como de qualquer genitora; ele viajava nos ares, quase que se transformara definitivamente, num óvni, ou talvez num extraterrestre!
Assim, vivera por alguns anos, o menino da pipa; mas não o suficiente! Em uma tarde... Ah! Que tarde aquela pouco ensolarada; com rajadas de vento abruptas, que além de arrebatar a pipa das mãos; também o levou ao encontro inesperado da morte!
O menino, como de costume dava linha ao seu magistral papagaio, quando um forte vento arrebentou a linhada, e ele, numa tentativa irracional de recuperá-lo, se arriscou, num desenrosco fatal, quando este se prendera numa cerca eletrocutada! Ao simples toque de sua pequenina mão; desfalecera a pequena criatura pela carga poderosa dos elétrons.
E, hoje o que se vê, nessa praça: um suar sombrio de um vento invisível; mas que nos parece anunciar outras tragédias; pela imprudência de outros crianças, que parecem ter esquecido completamente do nosso menino; e se metem a correr atrás de pipas, que sem juízo; desgovernados; atraem outros, para emboscada funesta da cerca elétrica!
Deixai-as ir, por favor! Que se vá às pipas. E fiquemos nós crianças ou adultos; porque nosso pensamento poderá voar ao longe e acrescentar conhecimentos ao mundo; mas, se estivemos vivos aqui na terra, e com os dois pés, firmes sobre o solo. Assim teremos condições de construirmos outro brinquedo interessante, menos arriscado e com nossa inteligência ensinar brincadeiras menos perigosas e salvar vidas!
À aquela criança esperançosa e feliz, que se fora! Nosso adeus! E saudades é o que me impulsiona a escrever esta Crônica! E torcendo para que este fato sirva de alerta aos outros, que insanas vivem a se arriscar e por vidas tão pré-maturas em risco!
Postado em 26 de setembro de 2010
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